Turismo forte tem memória – Viva 27 de maio!
Na foto em 2016, Jacó Gimennes – Presidente da Paraná Turismo e ex Governador Paulo Pimentel se cumprimentam, tendo ao fundo Gilberto de Abreu PIres (Presidente da Paranatur 1971/1973) e ao lado Darci Piana – Presidente da Fecomércio.
O dia 27 do mês de maio de 1969, deu ao Paraná dois dos grandes feitos para o Turismo, quais sejam: a criação da PARANATUR – Empresa Paranaense de Turismo e do CEPATUR – Conselho Paranaense de Turismo. Isso graças ao então jovem e empreendedor Paulo Pimentel, que na condição de Governador do Estado, se inspirou na criação da EMBRATUR em 1966 para criar tais instituições.
Inicialmente a PARANATUR foi vinculada à Secretaria dos Negócios do Governo e depois em 1974 passou para a Secretaria da Indústria e do Comércio.
Infelizmente a PARANATUR foi extinta em 1989, começando ao nosso ver, a partir de então, os problemas decorrentes da perda da identidade econômica do Turismo, quando da criação da FESTUR – Fundação de Esporte e Turismo.
Por mais motivos que se apresentassem para questionar a figura jurídica de empresa, esta decisão gerou a dança de vinculação do Turismo: a cada momento o setor pertencia a uma Secretaria diferente, dependendo dos interesses em acomodar o Turismo. Isso provocou a fragilização do setor com o agravamento da falta de identidade.
É evidente que os diferentes devem ser tratados de maneira diferente e nesse contexto, a sabedoria indica uma modelagem mais apropriada, pois Turismo é negócio e, como tal, o foco deve ser econômico. Assim, cabe às áreas de Esporte e de Meio Ambiente, serem vistas como recursos turísticos, assim como a Cultura.
O Turismo por si só não existe, pois, esse setor é resultado do melhor das diferentes áreas, com propósito de mover pessoas para consumir produtos e serviços, sendo um instrumento de transferências de poupanças como estratégica fonte de riquezas.
O Paraná tem tudo para ter o Turismo como pujante setor, inspirado com o êxito da nossa Agricultura, desde que seja tratado e assumido como setor diferenciado com suas ricas potencialidades turísticas em Natureza, Cultura e Economia.
Deveríamos então, assumir a condição de Produtores de Turismo, assim como os Produtores Rurais o fizeram, e primar pela defesa setorial.
Como legado tem-se o CEPATUR que completa 52 anos, sendo, portanto, um dos mais longevos, referência para inúmeros conselhos no Brasil.
Se quisermos resultados diferentes, temos de agir diferente e quebrar paradigmas. Urge pautar a revisão da figura jurídica da Autarquia Paraná Turismo.
De maneira participativa e amparados no Masterplan Paraná Turístico 2026, o modelo jurídico de Autarquia precisa ser revisto e de maneira integrada agregar a criação do Fundo de Desenvolvimento pelo Turismo.
É sabido que as condições atuais não permitem à Autarquia Paraná Turismo ser autônoma administrativamente, pois não possui fonte de recursos próprios e ainda está tutelada a uma secretaria onde o forte é o ambiental.
A valorização pela memória nos mostra mais um dos grandes feitos, iniciado em 2006 com a construção histórica do modelo de Regionalização do Turismo, com a missão de atuar por novos rumos do Turismo no Paraná, deixando de só pensar em Curitiba e Foz do Iguaçu, integrando todas regiões turísticas. Contudo, ainda hoje não foram assegurados os meios para tão nobre missão.
Com inteligência, conhecimento e atitudes poder-se-á gerir o melhor das 15 regiões turísticas com a visão de destinos emergentes, associados aos destinos consolidados de Curitiba e Foz do Iguaçu.
Os atuais governantes estaduais precisam decidir como querem ser lembrados na Memória do Turismo, a grande questão é o que farão para a posteridade pelo Paraná Turístico, pois Paulo Pimentel em 1969 anteviu e fez a equação com Empresa e Conselho. E agora?
Precisamos de mais determinação na gestão dos assuntos de Estado, caso contrário o Paraná continuará renunciando sua vocação turística e abrindo mão de fontes econômicas, que agora mais do que nunca serão indispensáveis, diante do empobrecimento causado pela pandemia.
Aprendemos que a memória tem duas dimensões, uma no retrovisor, levantando, estudando e valorizando fatos, feitos, legados e pessoas. E a outra, no visor de horizontes para desafios e novas oportunidades para quem fizer por merecer.
Na caminhada de mudanças, em 1983 a PARANATUR passou a ser vinculada a Secretaria da Cultura e do Esporte. Para em 1986, novamente vincular-se a Secretaria de Industria e do Comércio.
Em 1991, a FESTUR foi transformada em Autarquia, que foi extinta em 1995, com a criação da Autarquia Paraná Turismo e do Serviço Social Autônomo Ecoparaná, sendo o Turismo vinculado a Secretária de Esportes e Turismo, passando posteriormente em 2001 para Secretaria de Indústria, do Comércio e do Turismo.
Em 2002 tivemos a sonhada criação da SETU-Secretaria de Estado do Turismo, a qual erroneamente foi extinta em 2013, quando o Turismo foi oferecido a Secretaria da Cultura, que através de seu Conselho recusou e assim acabamos mais uma vez vinculado a uma Secretaria de Esportes e Turismo.
Em 2019 mais uma mudança e o nosso Turismo passa a fazer parte da SEDEST-Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. Depois de meio mandato de governo, seria importante avaliar e ajustar, pois o Paraná quer e precisa de mais atenção para as especificidades próprias do Turismo.
E quando se tem no comando do Estado, o Governador Ratinho (jovem e interessado no Turismo) e o Vice-Governador Darci Piana (experiente e fazedor pelo Turismo), não se pode postergar e deixar de fazer medidas estruturantes, pois as pessoas passam e as instituições permanecem.
No exercício da Cidadania pelo Turismo, propomos a criação da Agência Paranaense de Turismo-PARANATUR, tendo na estrutura o DNA formado pelo empreendedorismo do trade turístico, a inteligência de nossas universidades (em especial, das estaduais com seus cinco Cursos Superiores de Turismo, mantidos com impostos paranaenses) e a rede operacional das organizações credenciadas como IGR’s – Instâncias de Governanças Regionais.
É tempo ainda para o atual governo realizar o seu grande feito, e destravar as amarras para a consolidação do Paraná Turístico.
Vamos celebrar com entusiasmo a data de 27 de maio – o DIA ESTADUAL DO TURISMO, criado pela lei 18474/2015, com a certeza que Turismo forte tem memória!
Jacó Gimennes, 68 anos, Cidadão Honorário do Paraná, Fundador da RETUR-Rede de Turismo Regional, Presidente da Autarquia Paraná Turismo (2015-2018), Conselheiro da UEM-Universidade Estadual de Maringá e Consultor em Desenvolvimento pelo Turismo.