Roteiro: conheça as praias de águas doces do Paraná
“Vai dar praia. Quando o verão se aproxima muita gente já começa a pensar em pôr os pés na areia. E destino que logo vem à cabeça é o litoral. Mas no Paraná não é só o mar que oferece praias aos veranistas. Em uma extensão de mais de mil quilômetros nas regiões Oeste, Noroeste e Norte do estado o que não falta é sol, calor, belas paisagens, areia e praia, muita praia. E melhor: água doce para se banhar.
A cada ano, mais e mais pessoas têm buscado as praias do interior paranaense. Entre os grandes destinos da região Noroeste estão Porto Rico e Porto Camargo, com suas praias naturais. É para esses dois municípios que milhares de moradores de Maringá, Paranavaí, Cianorte, Umuarama e tantas outras cidades das vizinhanças se dirigem nas férias de verão.
Porto Rico, município de pouco mais de 3 mil habitantes banhado pelo Rio Paraná, na divisa com Mato Grosso do Sul, além de praia, propicia aos veranistas a prática de esportes aquáticos, passeios de barco e lancha, pesca e bons lugares para mergulho.
Um dos lugares mais badalados é a Praia de Santa Rosa, famosa por sua beleza paradisíaca. Mas existem várias outras praias como a Praia do Carioca – para quem quer fugir da agitação –, Praia Cabeça da Ilha Mutum e a Praia do Toco.
Outro point de verão e finais de semana é Porto Camargo, considerado um paraíso de água doce. As prainhas são um convite ao descanso e à tranquilidade. Restaurantes, pousadas e campings do município ajudam na comodidade.
Um dos destaques de Porto Camargo é a chamada Praia do Meião, formada por areias brancas e finas e pelas águas limpas do Rio Paraná. A Praia do Meião faz parte do Parque Nacional de Ilha Grande, sendo uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, área destinada à preservação dos ecossistemas naturais e sítios de beleza cênica. O acesso se dá por meio de embarcações.
A menina dos rios no Noroeste é Marilena, conhecida por ser o ponto de encontro dos rios Paraná e Paranapanema, e também local de tríplice fronteira entre o Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Suas praias de água doce e belezas naturais e as festividades tradicionais, como a Festa do Peixe na Telha e a Festa do Milho, são alguns dos atrativos.
Oeste: praias criadas pelo lago da usina
Mais distante ainda do litoral, as cidades da região Oeste têm opções diversas de balneários. O imenso lago formado pela Usina de Itaipu criou cenários fantásticos ao longo dos seus 170 quilômetros de extensão.
Quem vai a Foz do Iguaçu, além das cataratas, da usina de Itaipu, do Paraguai e da Argentina para visitar, pode aproveitar também para pegar uma praia. São 400 metros de orla do balneário da cidade, que oferece área coberta para lazer e descanso, academias ao ar livre e espaço para caminhada e área verde.
Saindo de Foz, margeando o lago da usina, as praias artificias estão espalhadas por várias cidades. Em todos os balneários há à disposição dos banhistas camping, churrasqueiras, quiosques, além de segurança pública, aos cuidados das prefeituras. Itaipulândia, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Missal, Santa Helena, Entre Rios do Oeste e Marechal Cândido Rondon estão nesse roteiro.
Em Santa Terezinha de Itaipu está o Balneário Turístico Alvorada. Além de praia há eventos esportivos, culturais e recreativos durante todo o ano. Em São Miguel do Iguaçu, a natureza exuberante se une a atividades de pesca, recantos, piscinas, comidas naturais e orgânicas, entre outros atrativos. Itaipulândia se destaca com o turismo religioso, e conta com um grande monumento à Nossa Senhora Aparecida. Outro atrativo é o Itaipuland Hot Park, Resort e Spa Thermal, maior parque aquático termal da América Latina.
Santa Helena é ponto de partida para peregrinos que caminham cerca de 65 km pela Rota da Fé. À beira do lago são realizadas grandes festas no Carnaval, Réveillon e início da temporada de verão. O município de Entre Rios do Oeste oferece uma imensidão de água doce por ser entrecortado por quatro rios: Felicidade, São Francisco, Barra Grande e Rio Paraná.
Norte: diversão na divisa com São Paulo
Uma região com prainhas de água doce, baías, ilhas fluviais, cachoeiras e matas. A descrição diz pouco do que é a chamada Angra Doce, extensa área formada pelo reservatório da Usina de Chavantes, entre São Paulo e Paraná.
Ribeirão Claro é uma das portas de entrada para quem quer conhecer a região. Lá está a Cascata do Gummy, com uma queda de 33 m de altura, local próprio para banho. Nas redondezas também fica a Gruta da Água Virtuosa, um salão esculpido em rocha natural de aproximadamente 400 m² e uma caverna, cuja água gelada e límpida abastece o Patrimônio São Sebastião. O acesso à gruta é feito através de trilha. Do Morro do Gavião, espécie de mirante para os visitantes, é possível vislumbrar um cenário deslumbrante.
Em Siqueira Campos dá para pegar praia no Balneário da Alemoa, que realiza eventos, como o torneio de pesca à corvina. Em Carlópolis são dezenas de atividades durante todo o ano. O município também vem ganhando muitos empreendimentos imobiliários.
Há também balneários formados à beira dos lagos das usinas de Capivara, Taquaruçu e Rosana. Do Norte ao Oeste, passando pelo Noroeste, não vai faltar praia para o visitante do interior do Paraná.
Projeto Angra Doce é aposta dos governos
Em 2017 os governos do Paraná e São Paulo firmaram parceria para investimentos na região de Angra Doce, na divisa do Paraná e São Paulo, com o objetivo de desenvolver um importante polo turístico. A região, localizada no entorno do lago da Usina Hidrelétrica de Chavantes, na confluência dos rios Paranapanema e Itararé, recebeu o nome de Angra Doce em razão da formação de várias baías e ilhas, que lembram a região de Angra dos Reis, no litoral fluminense.
Dez cidades paulistas e cinco paranaenses, que ficam às margens da represa, registraram crescimento do turismo nos últimos anos e esperam mais investimentos públicos. Do lado do Paraná ficam Ribeirão Claro, Carlópolis, Siqueira Campos, Jacarezinho e Salto do Itararé. Em São Paulo estão Chavantes, Ourinhos, Canitar, Ipaussu, Timburi, Piraju, Fartura, Bernardino de Campos, Itaporanga e Barão de Antonina.
São 400 km2 de extensão e um lago com mais de 9 bilhões de metros cúbicos de água doce. Nesse paraíso interiorano estão espalhadas dezenas de ilhas, praias, cachoeiras, trilhas e muito verde. Lá o visitante pode praticar diversas atividades, como canoagem, rafting, trekking, voo livre, paraglider e passeios náuticos.
Em 2018, o governo do Paraná sancionou a Lei 19.369, que cria oficialmente a região de Angra Doce, após aprovação do projeto de autoria do deputado Luiz Cláudio Romanelli na Assembleia Legislativa. Em agosto deste ano foi a vez do Senado Federal aprovar o projeto de lei 34/2017, de autoria do deputado federal Capitão Augusto. Com a aprovação, Angra Doce passa a ser definida como área especial de interesse turístico. O projeto tem apoio do Programa Cidades do Pacto Global das Nações.
Fonte: Gazeta do Povos