Projeto do Circuito Turístico Itaipu vai ser lançado em meados deste ano
O que as Vilas A, B e C de Foz do Iguaçu têm a ver com turismo? Esses bairros, construídos para abrigar moradores na época da construção da usina de Itaipu, estão intrinsecamente ligados à grande efervescência que a cidade viveu em decorrência da gigantesca obra. E essa história agora será resgatada com o Circuito Turístico Itaipu, uma espécie de city tour com roteiro histórico-cultural, que vai levar moradores e turistas a uma grande viagem ao passado.
O projeto básico, elaborado pela Comunicação Social de Itaipu, que também é responsável pelo Turismo da usina, foi aprovado pelo diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna. “Apostamos no setor, vocação natural da cidade, como um grande vetor de desenvolvimento regional. Essa é uma história que merece ser contada e conhecida tanto pelos moradores como pelos turistas que visitam a fronteira”, ressalta.
A ideia é elaborar um estudo técnico e abrir licitação para a concorrência em meados deste ano, para que a operação tenha início em 2021, de preferência junto com a entrega do Mercado Municipal.
A criação de um novo roteiro de turismo, como opção de passeio histórico-cultural, se soma aos passeios já explorados dentro da usina, mas sem estar conectado diretamente ao Complexo Turístico Itaipu. Mas será possível, a quem fizer o roteiro, desembarcar no Centro de Recepção de Visitantes da usina e, ali, escolher um dos passeios do Complexo Turístico.
O que é o circuito
O novo circuito será por um trajeto pré-definido, operado com regularidade, que terá saída do futuro Mercado Municipal, com inauguração prevista para janeiro de 2021. O ônibus sairá da Avenida Araucária e passará por pontos de interesse, como o antigo Floresta Clube (hoje Instituto Federal do Paraná), Colégio Anglo Americano, Hospital Ministro Costa Cavalcanti, Centro Executivo de Itaipu, Gramadão, Ecomuseu e Centro de Recepção de Visitantes da usina.
Ao passar por esses locais, a história vai sendo contada, de forma interativa e lúdica. Serão utilizados, para isso, recursos tecnológicos que possam trazer à atualidade sons e imagens da época. Maquetes mostrarão como eram alguns locais antes das transformações que ocorreram ao longo dos anos. O HMCC, por exemplo, nasceu humilde, feito de madeira, e por isso tinha o nome de Hospital Madeirinha. Isso estará representado em uma maquete que reproduzirá o prédio daquela época. O mesmo ocorrerá no Mercado Municipal, onde funcionava a Cobal, armazém do governo onde se abasteciam as famílias de trabalhadores da usina. Gente que vinha de todas as partes do País, com diferentes sotaques e costumes.
As vilas
As vilas A, B e C foram criadas para receber os barrageiros que construíram a usina, que no pico da obra chegou a um total de 40 mil pessoas. Hoje, depois de tantas mudanças, eles e suas histórias muitas vezes estão esquecidos pelos moradores e visitantes. A intenção é que o circuito, por meio de uma narrativa bem estruturada, com base em pesquisa histórica e na tematização especial, possa se transformar numa boa opção de passeio na cidade, que não apresenta grande variedade de atrativos de natureza histórico-cultural.
Objetivos
O que era Foz do Iguaçu antes de Itaipu? O que representou a vinda de tanta gente para construir aquela que, à época, seria a maior hidrelétrica do mundo? O resgate histórico permitirá que o passageiro faça uma viagem à década de 1970, quando Foz do Iguaçu ainda era uma cidade pequena, de não mais que 30 mil habitantes, que precisou ser modificada e preparada para receber milhares de trabalhadores de todas as partes do país.
O circuito também tem como proposta o estreitamento de vínculos por meio da valorização da história e das pessoas que construíram Itaipu, além de despertar o sentimento de pertencimento nos filhos e netos desses trabalhadores que aqui fincaram raízes e fizeram suas vidas. Outro foco é a preservação do patrimônio intangível, memória e história. “Não temos dúvidas de que esse atrativo será um grande legado para a população de Foz que merece ter resgatada, preservada e multiplicada sua história”, diz Silva e Luna.
Fonte: CGN