Com apoio da Rouanet, portal dá visibilidade a artesanato
Plataforma com apoio da Rouanet irá profissionalizar o artesanato brasileiro (Foto: Itawi Albuquerque/Sedetur AL) |
Artesãos e mestres de comunidades tradicionais que produzem artesanato no Brasil ganharam, nesta terça-feira (27), um portalpara expor seus trabalhos, trocar experiências e profissionalizar o setor. A nova plataforma, lançada em São Paulo, faz parte da Rede Artesol – Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro e foi financiada com incentivos fiscais da Lei Rouanet.
De início, foram selecionados 126 grupos e associações de artesãos, para divulgação no portal. Como numa rede social, cada grupo tem a sua página, com fotos e informações sobre a comunidade e o artesanato produzido.
Em muitas dessas páginas, chamadas de perfis, há dados de contato, como telefone e e-mail dos respectivos grupos. A própria plataforma também permite o envio de mensagens, o que poderá abrir caminho para a comercialização de obras.
A Rede é uma iniciativa da organização social sem fins lucrativos Artesol – Artesanato Solidário, de São Paulo (SP). A coordenadora-geral do projeto, Josiane Masson, diz que a Rede e o portal são tentativas de superar a histórica fragmentação e desarticulação do setor. “A ideia é conectar pessoas, histórias e territórios. A gente queria mostrar o quanto o artesanato é belo na sua simplicidade”, afirma Josiane.
A seleção dos 126 grupos foi resultado de pesquisa em 24 unidades da federação – apenas Roraima, Rondônia e Amapá ficaram de fora. A Artesol mapeou as cadeias produtivas em que os grupos estão inseridos, identificando lojistas, espaços culturais e entidades que apoiam o setor.
Além dos perfis, o portal prevê uma seção, ainda não implementada, que será dedicada a oferta de aulas on-line para a capacitação dos artesãos. Até maio, consultores da Artesol irão a todos os 126 grupos, ministrando oficinas de fotografia e redes sociais, para auxiliar os artesãos na divulgação do próprio trabalho. Uma comunidade no Facebook foi criada para incentivar a troca de ideias.
O portal contém ainda seções com conteúdo sobre o que é artesanato e orientações para comerciantes que atuam no setor, com foco no combate ao trabalho infantil, na promoção da igualdade de gênero, no uso sustentável dos recursos naturais e na remuneração justa dos trabalhadores. Há também uma espécie de código de conduta para quem comercializa obras de artesanato: “A gente não quer atravessadores, pessoas que explorem os artesãos.” Um blog divulga iniciativas de artesãos e apoiadores do setor.
O portal está aberto a outros mestres e artesãos, mas estabelece critérios de seleção. Josiane diz que somente serão aceitos grupos de comunidades tradicionais, já que se trata primordialmente de um projeto cultural com o objetivo de fortalecer as raízes do artesanato brasileiro.
Fonte: Assessoria de Comunicação Ministério da Cultura