ESPECIAL 20 ANOS: Entrevista com Jacó Gimennes
Em qual momento acreditou ser crucial fundar a RETUR?
Tinha sido Secretário de Desenvolvimento Econômico em Campo Mourãom entre 1994 e 1996, onde pude implementar um Plano Pró-Turismo focando no tripé Gastronomia Regional, Turismo Rural e Artesanatos, e tínhamos muita dificuldade em promover e divulgar Campo Mourão. Assim, analisando a microrregião 12, identificamos o mesmo problema enfrentado pelo município de Iretama, com o Termas de Jurema. Vimos então a oportunidade de trabalhar a ideia da “Rede de Turismo Regional”, que acabou sendo o título do referido seminário. O que resultou no início do movimento, integrando municípios, empresas e empreendedores com a bandeira do Turismo Regional. Assumimos historicamente o nicho de mercado, pois até então só se falava em Turismo Nacional e Turismo Internacional.
Quais foram as principais dificuldades que enfrentou quando estava à frente da entidade?
As dificuldades foram no entendimento desta nova cultura, de somar e ser solidário, de cooperar e ser proativo, de ser elo e ao mesmo tempo o todo, competência de gerar riquezas e da generosidade de partilhar resultados. Tínhamos a luz das possibilidades e isto nos encorajou a persistir até a criação do GETER – Grupo de Empreendedores de Turismo Rural -, em 2000, com o lançamento do primeiro Mapa de Empreendimentos em 2001, onde cada empresa assumia o compromisso de divulgar as demais e de interagirem como uma verdadeira Escola de Negócios, já que na época os empreendedores eram autodidatas. Com uma série de edições do Mapa das Pousadas e Hotéis Fazenda o GETER ampliou o espaço rural para a dimensão regional dando importante passo para a descoberta e “tomada de posse” do Turismo Regional. Com este embalo do GETER, a RETUR assumiu em 2003 o Projeto Costa Rica, iniciado pela UEM – Universidade Estadual de Maringá – se antecipando a Regionalização do Turismo, com a formação de um bloco de 11 municípios banhados pelo Rio Paraná/Foz do Rio Ivaí ao Rio Paranapanema/Foz do Rio Pirapó e mais tarde veio o convite da RETUR em ser a IGR – Instância de Governança Regional – com a concepção e organização da Região Noroeste com suas quatro microrregiões (Campo Mourão, Maringá, Paranavaí e Umuarama) com a marca regional e originalíssima de Corredores das Águas em 2006/2007.
Houve algum momento em que pensou em desistir?
No meu dicionário não tem a palavra desistir. Lutamos e vencemos! Sabíamos os “porquês” da iniciativa e fomos a luta para descobrir os “comos”! A entrada da empresária Wanda Pille, com sua visão do GETER, foi decisiva para encaminhar os desafios e conquistar alianças estratégicas, parcerias programáticas e um corpo de colaboradores e amigos do Turismo Regional. As dificuldades forjaram o DNA da RETUR pela solidariedade competente e dinamizada pelas necessidades, interesses e sonhos, de quem tem projetos de um mundo melhor, começando com o melhor que cada lugar tem através das iniciativas pelo Turismo Regional, somando esforços e partilhando resultados!
Qual foi a conquista que mais marcou a sua carreira na RETUR?
Foram muitas conquistas, ter o GETER como fonte de pesquisas para TCC’s e Dissertações de Mestrado. Ter sido reconhecida por uma empresa de auditoria como a melhor IGR do Paraná. Ter participado da mudança da imagem de inúmeros municípios. Ter criado e desenvolvido os projetos Agentes de Desenvolvimento pelo Turismo, Agentes Mirins – Guias do Amanhã, Agentes Receptivos ao Turismo Religioso e o Jornal Mensal “Turismo é Aqui”. Mas a maior conquista foi o feito de ter gerado “avenidas de pensar diferente” o Turismo no Paraná, que culminou com a minha nomeação em 01/01/2015 para conduzir os destinos do Turismo Paranaense no cargo de Presidente da Paraná Turismo, onde seguindo os “Fazejamentos Jacobianos” implementamos a Filosofia Franciscana começando pelo necessário, depois o possível e acabamos por fazer o “impossível” com o Paraná Turístico.
O quão importante é o trabalho que a Wanda Pille vem desempenhando nos últimos anos?
Somente pude aceitar me desligar da Presidência de RETUR por ter Wanda apta e preparada para ser a Presidente da RETUR, onde vem se destacando. Com muita dedicação consolidou, processou e descobriu horizontes para a RETUR. Ao ter completado 20 anos, Wanda lança luzes para os próximos 10 anos e procurará ter a RETUR em áreas descobertas por outras organizações, indo trabalhar em outras regiões do Paraná e do Brasil conforme dita os seus estatutos.
Qual mensagem gostaria de deixar a todas as IGR’s
Para as organizações que atuam como IGR’s, a maior motivação está nos avanços que o Paraná Turístico alcançou com o apoio das 14 IGR’s, que são os braços avançados da Paraná Turismo. E com o aprendizado que tive na Presidência da RETUR e agora na Presidência da Paraná Turismo, recomendo que busquem ser sustentáveis, formemestruturas de prestação de serviços para terem meios para a missão IGR, pois caso contrário o voluntariado se mostra sem condições de corresponder as expectativas e gerará desgastes e desapontamentos.