Paiçandu

Foto: topo

Entre os anos de 1938 e 1940, a área de terra onde achava instalado o povoado de Paiçandu era um sertão inóspito habitado por índios e caboclos. Conta a história que o pequeno cemitério era o ponto de referência na densa mata virgem e que nesta localidade viveram os Caboclos Sutis. A saga pioneira que colonizou Paiçandu, chegou à região por volta do ano de 1944. Muitas famílias se fixaram atraídas pela fertilidade das terras, próprias para o cultivo do café, que na época do desbravamento se constituía na maior fonte de riqueza da região. Os trilhos de aço da ferrovia, que alicerçou o povoado, chegaram a Apucarana em 1943, a Maringá em 1954 e somente em 1973 atingiu Cianorte.

Como Paiçandu estrategicamente era passagem da estrada de ferro, o povoado se fortaleceu, começando a surgir as primeiras casas comerciais nas proximidades da futura estação ferroviária. A cultura do café e cereais próprios da região setentrional do Paraná, o grande afluxo de pioneiros, e a tenacidade dos homens que planejaram e lançaram os fundamentos da cidade em 1948, transformaram o Patrimônio de Paiçandu em próspera cidade. A Igreja que homenageia seu padroeiro Santa Cura D’Ars tem uma arquitetura singular, sendo um ponto de referência para se conhecer.

Distrito de Água Boa: O Distrito de Água Boa, é o diferencial de Paiçandu e faz jus ao nome por possuir suas águas minerais com minas riquíssimas em vanádio (elemento raro em água fluoretada), tendo um dos quatro poços do Brasil. A sua população tem o “privilégio” de usar água mineral que corre pelas torneiras. Também com nascentes, uma das poucas jazidas existentes pelo mundo de água mineral com VANÁDIO, (elemento raro em água fluoretada), com propriedades medicinais. É um pitoresco local onde o planejamento para o desenvolvimento do turismo começa a dar seus primeiros passos, circundada por uma planície agradável, onde já aparecem alguns empreendimentos voltados ao lazer.

 


DICAS

 



A Prainha São Carlos: está localizada no Distrito de Água Boa, município de Paiçandu, com o privilégio da pureza das águas minerais que abastecem toda a propriedade. Aluguel de quiosques para o churrasquinho com os amigos ou saborear o melhor da culinária rural. Passeio de charrete e a gruta de Santa Luzia dão charme ao local. Contatos (44) 3240.1037

 

Rancho Velho Oeste: local com área de camping e hospedagem, restaurante, piscinas, aluguel de quiosques e com o diferencial de espaço para cavalgadas com aluguel de cavalos. Contato (44) 997706402

Muitas outras são as opções de lazer

Gruta da Rosa Mística

Estância Reino Encantado

Pesqueiro Trolli

Pesqueiro do Ézio

Pesqueiro Donizete

Estância Fonte de Luz

Chácara Paraíso (hidromineral)



Capela do Marilá: A localidade de Marilá foi projetada em 1948, e tudo indicava que seria uma próspera comunidade. Em virtude de inúmeros problemas surgidos nas documentações das vendas das terras e com a falta de infraestrutura, a localidade não prosperou e foi extinguida. Ficou a Capela Nossa Senhora do Marilá, um patrimônio a ser preservado e anualmente é realizada a Caminhada de Marilá atraindo centenas de pessoas.

 

 

 

Cemitério dos Caboclos: Pode considerar-se um monumento histórico e fica as margens da Rodovia 323, distante da sede, 1,5 km. É um pequeno círculo contornado por um muro baixo de pedras, onde uma pequena capela e um monumento de pedras com uma cruz, presta homenagem aos Caboclos Sutis sepultados. Pouco se sabe sobre esta história. A muralha de pedra não existia até a década de 1940 e presume-se que ela foi feita por moradores de Marilá, Paiçandu e Água Boa, já que vários pioneiros também foram sepultados lá.

 Caboclos Sutis

O povo sutil, que viveu inclusive em Paiçandu, origina-se da relação de escravos muçulmanos malês, que habitaram o Sul do Estado, com índios guaranis. Vieram de uma localidade chamada Assungui de Cima, antiga colônia de Curitiba.
Foram dizimados pela colonização e esquecidos pela história oficial

Eles chegaram à região por volta de 1910 – antes dos pioneiros brancos – e permaneceram até a década de 1960, estima-se que naquele local havia uma comunidade com mais de 300 sutis. Mas a exemplo dos índios, que só agora começam a aparecer nos livros didáticos, ficaram fora da história oficial do Paraná.Segundo Vicente de Castro, os sutis eram sonhadores do “campo da vaca branca”, paraíso terrestre, que imaginavam situar-se no Oeste paranaense. “Entraram por uma estrada chamada Boiadeira e, para seu sustento, levantavam casebres rústicos, criavam animais e plantavam roça”. Passaram por Marilândia do Sul, “Mata Sede” – atual Jandaia do Sul -, Paiçandu, Cianorte e Japurá.   O engenheiro Marcos Luiz Wanke, membro do Instituto Histórico e Etnográfico Paranaense e pesquisador do assunto, afirma que os sutis vieram de Castro, Sul do Estado, e seriam descendentes dos malês, escravos muçulmanos que fizeram a “Revolta dos Malês” na Bahia, em 1825.
O movimento foi sufocado pelas autoridades, e a maioria dos revoltosos fugiu para outras províncias, sobretudo Rio de Janeiro. Em Castro, acrescenta Wanke, os malês fundaram a “República da Sinhara”, hoje patrimônio histórico permanente com nome de fazenda Capão Alto. Eram escravos de aluguel, portanto, decidiam sobre o próprio destino. “Os que vieram para o Paraná não participaram da revolta baiana, mas eram da mesma etnia”, explica.

 

Datas comemorativas

  • Padroeiro – Santa Cura D’Ars04 de agosto
  • Aniversário do Município19 de novembro