Setor hoteleiro do Paraná prevê investimentos nos próximos meses
Os empresários paranaenses do turismo estão otimistas para 2020, segundo a última edição da pesquisa Sondagem Empresarial do Setor Hoteleiro no Brasil, patrocinada pelo Ministério do Turismo. Mais de 85% pretendem investir em seus estabelecimentos, 22,5% querem aumentar o número de funcionários e 43,7% esperam aumento no faturamento.
Os índices da pesquisa também mostram que 45,1% dos empresários apontam cenário de estabilidade para a rentabilidade do setor, 36,6% esperam aumento da demanda pelo turismo e 43,7% preveem mais gastos dos turistas.
A expectativa se soma ao avanço no setor medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mensal de serviços do órgão revelou que o Paraná foi a unidade da federação com maior avanço na atividade em dezembro, com 2,6%, seguido por Pernambuco (2,3%) e Minas Gerais (1,3%).
Segundo João Jacob Mehl, diretor-presidente da Paraná Turismo, o otimismo também encontra respaldo nas iniciativas do Governo do Estado. Ele citou a concessão do Parque de Vila Velha, a ampliação da pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, novas conexões aéreas e projetos desenvolvidos no Litoral, como a Grande Reserva Mata Atlântica e os novos trapiches da Ilha do Mel.
“É um movimento geral, percebemos isso visitando as cidades. Todas estão com movimentos acima da média recente, desde outubro do ano passado. Isso tem reflexo nos restaurantes, nos atrativos turísticos. É sinal da confiança no Estado e de como a propaganda tem alcançado diferentes locais do País”, afirmou Mehl. “Foz do Iguaçu é hors concour, Prudentópolis registrou lotação hoteleira no Carnaval. Londrina, o Litoral e Curitiba estão bombando. Estamos consolidando esse movimento”.
O executivo da Paraná Turismo também citou a reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), em Foz do Iguaçu, no último fim de semana, e a possibilidade de atrair ainda mais turistas ao Paraná nos próximos meses. “Um dos temas que discutiremos para a próxima reunião, em maio, é a apresentação de calendários e a construção de iniciativas em conjunto. É o que estamos fazendo regionalmente. Não adianta Ponta Grossa fazer uma feira sem conversar com Castro, Carambeí, por exemplo. Temos que integrar as cidades, mas também as companhias áreas e rodoviárias, os agentes do mercado, e todos os empresários”, complementou.
RENTÁVEL – Paulo Iglesias, dono de um hotel na Capital e presidente da Curitiba e Região Convention & Visitors Bureau, afirma que o otimismo é fruto da melhora da economia e da integração entre as três esferas de governo (federal, estadual e municipais) em função do setor. “Os governos estão enxergando o turismo como algo rentável. Não tínhamos essa integração, era algo isolado e não havia diálogo com os demais”, afirmou. “A concessão dos parques, por exemplo, é uma iniciativa excelente. A TV Paraná Turismo também tem alcance imediato. No médio prazo, trarão muito retorno aos hotéis”.
Ele citou o exemplo da Capital nos primeiros meses desse ano para respaldar a pesquisa. “Janeiro e fevereiro foram melhores do que os mesmos meses do ano passado em Curitiba. O Carnaval trouxe lotação muito boa aos hotéis. E também é uma cidade vocacionada aos congressos. Já temos encontros fechados até 2024. São conquistas importantes para o Paraná”, complementou Iglesias.
Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), o segmento turismo de negócios cresceu 9,5% em 2019, se comparado ao ano anterior. Os destinos mais procurados foram São Paulo (48,7%), Rio de Janeiro (19,7%), Curitiba (4,5%), Campinas (3,9%) e Porto Alegre (3,4%).
2018 X 2019 – A Sondagem Empresarial do Setor Hoteleiro também comparou o desempenho dos estabelecimentos turísticos entre o 4º trimestre de 2019 e o mesmo período do ano anterior. Cerca de 66% dos empresários de meios de hospedagem do Paraná informaram que houve estabilidade no número de empregados, 53,5% afirmaram que houve aumento na demanda pelos serviços e 53,5% cravaram aumento no faturamento entre os dois períodos.
Quanto ao gasto do turista no destino, 43,7% dos empresários indicaram aumento e 40,8% dos empresários demonstraram percepção de aumento na rentabilidade do turismo no 4º trimestre de 2019, comparado ao mesmo trimestre de 2018.
Os indicadores do turismo nacional também apontaram essa onda de otimismo. No faturamento, 40% dos empresários indicaram aumento e 31,5% estabilidade entre 2019 e 2018, e mais de 50% dos empresários informaram que houve manutenção no número de empregados.
PESQUISA – A pesquisa foi realizada em janeiro de 2020. Foram consultados empreendimentos de hospedagem de todos os portes, entre hotéis, pousadas e resorts. O objetivo do Ministério do Turismo é apurar as perspectivas dos empresários quanto ao desempenho de seus estabelecimentos e dos destinos onde estão inseridos. A pesquisa teve apoio das secretarias e órgãos estaduais de turismo e entidades do setor de hospedagem no País. A Sondagem Empresarial do Setor Hoteleiro no Brasil é realizada pela subsecretaria de Inovação e Gestão do Conhecimento do Ministério do Turismo.
Boom aéreo ajuda a elevar esse otimismo
Um dos fatores que ajuda a impulsionar o otimismo dos empresários é o tráfego aéreo. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a movimentação aumentou 4,4% no Paraná em 2019, em relação a 2018, o que significou 5.467.675 embarques em aeroportos paranaenses no ano passado, contra 5.237.998 no ano anterior.
Cascavel registou o maior aumento singular (62,8%), mas a rubrica “outros aeroportos” teve o crescimento mais expressivo, de 278%. No ano passado, como parte do programa Voe Paraná, passaram a receber voos regulares Guaíra, Paranaguá, Toledo, Cianorte, Guarapuava, Campo Mourão, Paranavaí, Arapongas, Cornélio Procópio, Francisco Beltrão, Pato Branco, União da Vitória e Telêmaco Borba.
O Paraná encerrou 2019 com 19 aeroportos operando voos regulares para destinos turísticos de qualquer lugar do País e do mundo – em 2018, eram apenas seis aeroportos (Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa).
Fonte: AEN