Turismo começará retomada em setembro, projeta presidente da CVC
Primeiro setor a sofrer os impactos do coronavírus e, muito provavelmente, um dos últimos que conseguirão sair da crise causada pela pandemia, o turismo deve começar sua árdua retomada a partir de setembro, projetou ontem, em live no Facebook do O POVO, o presidente da CVC Corp, Leonel Andrade. De acordo com ele, em um primeiro momento os consumidores tenderão a priorizar o mercado doméstico, o que beneficiará o Ceará e o Nordeste como um todo. “O foco será viagens curtas e para espaços abertos, como praia e campo”, destacou em entrevista ao editor-chefe de Economia e Negócios do O POVO, Jocélio Leal.
Atualmente comandando a maior operadora de turismo do Brasil, Leonel frisou que a “forte” retomada no mercado doméstico, a partir do segundo semestre, não deve ser confundida com uma recuperação plena do setor, que pode acontecer apenas em 2022. “É bom esclarecer que este movimento em setembro será forte comparado ao que temos hoje. Para alcançar o nível anterior, é possível que demore mais um ou dois anos”, reforçou.
Segundo o presidente da CVC, além da insegurança e restrições impostas pela pandemia, a crise econômica desencadeada pelo vírus limitará bastante o poder de compra dos brasileiros. “Temos visto cortes de salários, trabalhadores perdendo seus empregos e muitos que vivem de negócios reduzindo seus faturamentos. Isso vai fazer as pessoas retomarem outras despesas antes de voltarem ao turismo”, conta.
Viagens internacionais
Segundo Leonel, o turismo internacional deve realmente apresentar uma retomada a partir do segundo semestre do ano que vem, após o mercado se readequar à realidade pós-crise e os países afrouxarem suas medidas de entrada e saída de pessoas. “Até hoje há gente lá fora. Quando os voos começaram a ser suspensos, só a CVC tinha 20 mil clientes fora do Brasil. Conseguimos resgatar quase todos, mas em países como a Tunísia, por exemplo, é impossível retirar essas pessoas, pois as fronteiras estão completamente fechadas. Damos assistência, inclusive usando a embaixada, mas é uma situação delicada”, comenta.
Especificamente sobre a rede hoteleira, Leonel diz que as pessoas passarão a valorizar ainda mais a limpeza e higienização dos ambientes, além de detalhes como a distância entre mesas nos restaurantes e o menor contato físico no atendimento. “Acho que é o momento de prestarmos mais atenção a esse tipo de mudança. Agora, não basta não ser sujo, precisa não parecer. Os hóspedes têm que enxergar aquele buffet do café da manhã brilhando, por exemplo”, destaca. O presidente da CVC também acredita que a busca por espaços mais abertos deve beneficiar hotéis com maior contato com a natureza e que deem a opção de hábitos mais saudáveis para seus clientes. “Menos aglomeração e mais experiências”, finaliza Leonel.
Fonte: O Povo